O meu Portalegre

 

 

 

 

Pois é, finalmente chegou a minha vez de fazer o Portalegre.

 25 anos a ver e finalmente chegou a minha vez, por azar, este ano tinha de ser um daqueles anos bem carecteristicos, cheio de chuva e lama, muita, muita lama....muita.

 

A coisa não começou muito bem pois no dia em que cheguei a Portalegre para as verificações a mota não quis pegar, tira vela, mete vela e o motor lá despertou para munca mais parar. Alivio...

Feitas as verificações e tudo ok, agora sinto-me piloto...isto é mesmo a sério.

Sexta feira , chega o prólogo...nervoso a apertar e o tempo realizado não é grande coisa, eu conseguia fazer muito melhor mas não arrisquei nada, era estupido cair já.

Sexta de noite chove imenso, durmo mal...nervoso...

Sabado, o grande dia, toda a gente diz que o piso está pessimo, lama por todo lado.

Já menos nervoso arranco para a prova ao lado de um grande amigo que levou uma Super Tenere, teve um significado grande para mim arrancarmos juntos.

Primeiros 20 kms  rolantes e aos 30kms deixo-o para trás, a roda da frente dele não rodava por causa da lama. Mais à frente deixo tombar a moto para o lado e ao tentar tirar a perna torço o meu joelho...dor, pronto , estraguei o meu outro joelho.... sigo, estou quente e quero seguir .

2 kms mais a frente encontro amigos atascados e paro para ajudar, acabo por perder 35m com eles.

Sigo sozinho durante o resto da prova toda numa luta brutal para manter a mota direita.

Caio numa descida para o lado direito, não consigo levantar a Yamaha e grito por ajuda para uma vozes que ouço ao longe, vem 3 alentejanos que me ajudam . O pedal do travão todo torto...pancadas e fica mais ou menos, mais 15m perdidos. Sigo por mais 20 Kms e chego á assistençia. Bom, muito bom, agua, oculos, luvas secas e palavras de apoio, arranco novo, piso bom , ganho ritmo, de repente volta a lama os regos, estou cansado caio com força para o lado esquerdo e não consigo levantar a moto , peço ajuda a alguns comcorrentes mas ninguem me ajuda, encho-me de raiva e levanto a moto sózinho , o pedal das mudanças todo torto e mais 15m ou mais perdidos.

A partir daqui pensei que tinha mesmo de chegar ao fim e assim foi. Com calma lá fui andando e vejo ao longe o helicoptero da organização parado e sei que estou mesmo a chegar ao local da chegada.

A Meta está mesmo ali e lá os amigos e familia a gritar

Acabei o meu Portalegre

Estou em casa com gelo no joelho.

Não me vou esqueçer nunca.

Obrigado a quem me ajudou.